sábado, 7 de abril de 2012

Cap. 2 - Put your troubles aside, start livin!


Cap. 2



Abro meus olhos, a luz quase me cega, mas deixo-os abertos para me acostumar com a claridade.
Se não fosse por aquela leve pressão em minha mão esquerda, poderia jurar que estava sozinha neste lugar. Com movimentos rápidos vou para o outro lado da cama, mas o estranho não solta minha mão. "Ele é bonito" penso para meus botões. O garoto tinha cabelos castanhos na altura dos olhos que, aliás, eram azuis. Vestia uma camisa branca com algo escrito em outra língua e jeans.
-"Quem é você?" As palavras saem quase um rosnado.
-"Jared Carter, não se lembra de mim Alice?”
Quem é esse garoto? Como sabe meu nome? Aliás, que lugar é esse?
-"Onde estou?”
-"No seu quarto.”
Olho para o quarto, algo na minha cabeça me diz que é verdade. Meu "quarto" é pouco mobiliado, dando a impressão que é grande, com um armário marrom escuro, uma penteadeira branca e uma mesinha preta ao lado da cama, com um abajur, um relógio, e uma foto. Na foto estava uma mulher de cabelos pretos na altura dos ombros, com um vestido florido, os olhos quase fechados por causa do sol, que reconheci como minha mãe, ao lado dela estava meu pai, com cabelos loiros na altura do queixo, os olhos verdes mirando na câmera, vestindo um terno azul escuro, sorrindo, sentada na grama estava eu, com um vestido amarelo, os cabelos na altura da cintura, olhando para a câmera como se fosse sair correndo a qualquer momento, com um gato preto no colo, dormindo.
Lembro-me que aquele menino ainda esta segurando minha mão.
-"Solte.”
Algo no meu tom de voz deve te-lo alertado, porque no mesmo segundo ele largou minha mão.
Ao mesmo tempo a porta abriu, entrando a pessoa mais assustadora que eu já vi. O homem devia ter em torno dos 2 metros de altura, os cabelos pretos azulados puxados para trás, vestia um jaleco branco e calça preta, com sapatos de couro. Logo vi que ele devia ser médico. Odiava médicos desde que um deixou minha avó morrer.
-"Ora ora, vejo que nossa princesinha finalmente acordou."
"Ele também quer te matar Alice." diz a voz da minha avó.
Pego o relógio e atiro para acertá-lo, mas ele desvia. Droga.
-"Agradeceria se não joga-se a mobília em mim, Srta. Harrison."
-"Quem é você?" sussurro.
-"Sou Alex Conrad."
-"Ele é médico" diz o garoto "Chamei ele para ver o que você tinha Alice, porque não acordava."
-"Quanto tempo fiquei dormindo?"
-"3 dias."
-"Onde esta minha mãe?"
-"Está morta." responde o médico, com frieza.
-"Impossível..." murmuro.
Minha última lembrança antes de acordar passa diante dos meus olhos. Sinto a mesma raiva de antes, que destrói tudo que encontra pela frente, que não deixa lugar para outro sentimento.
-"Alice, você lembra-se de mim?" pergunta o menino, o tal Jared.
Olho para ele surpresa, minha raiva esquecida. Como pude esquecer dele?

Flash Back on ~

-"Jared, onde está Srta. Alice?" pergunta desesperada Lyo.
-"Ela me disse que ia passear no jardim.”
-"Se você a vir, diga a ela para ir se trocar.”
-"Claro.”
Lyo é minha babá, ou como Jared diz: "uma pobre coitada que tem a difícil tarefa de cuidar de mim”.
-"Você já pode sair Aly, ela já foi.”
-"Você tem que aprender a se divertir, Jad.”
-"Torturar a pobre Lyo não me parece um jeito muito legal de se divertir.”
-"Ta bom, já parei.”
Estávamos na biblioteca do meu pai, eu gostava desse lugar, era calmo. "Acho que vou pegar um livro." penso.
-"Me prometa uma coisa Alice.”
-"O quê?”
 “Contos da Meia-noite? Esse serve." penso com meus botões.
-"Que você não vai me esquecer.”
Aquilo foi inesperado. Como assim, "esquecer"?
-"Por que diz isso?”
-"Porque amanhã vou para a Europa morar com minha mãe.”
Respire Alice. Fique calma.
-"Quanto tempo?”
-"4 anos, no máximo."
Meu único amigo ia embora. "Mantenha a calma Alice”.
-"Que bom." disse numa alegria fingida.
Percebi a nota falsa logo que terminei de falar.
-"Vou voltar Aly, eu prometo.”


Flash Back off ~

Olho para Jared, ele está triste. Contorno a cama e o abraço.
-"Você voltou." sussurro.

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